3.400 quilómetros de linhas de água vão ser reabilitados até 2030

São 150 milhões de euros que a Agência Portuguesa do Ambiente quer investir nos próximos cinco anos na reabilitação de linhas de água, em todo o país.
Agência Lusa
Agência Lusa
09 dez. 2025, 17:31

Imagem de ribeira com baixo caudal
Fotografia: A Ribeira de Picote, em Miranda do Douro, vai ser uma das intervencionadas pela APA. Imagem: CM Miranda do Douro

“Para já estão a ser intervencionados cerca de 700 quilómetros de linhas de água até 2026, com o objetivo de chegar aos 3.400 quilómetros entre rios e ribeiras reabilitados onde serão investidos 150 milhões de euros até 2030 ”, admite José Pimenta Machado, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), à agência Lusa.

“É um trabalho muito importante porque o clima está a mudar. Ou temos água a mais, ou temos as secas e temos de preparar o país para estas situações”, refere o responsável, dando conta de que o investimento na reabilitação de cursos de água faz parte do projeto “Pró Rios”, com recurso a vários fundos comunitários e Fundo Ambiental, entre outros.

“Tudo tem a ver com reabilitação dos ecossistemas através de um trabalho que nunca foi feito no passado e agora é para ir em frente”, sublinha Pimenta Machado.

Recorde-se que em agosto, a propósito da reabilitação de linhas de água, o Ministério do Ambiente e Energia anunciou como prioridades de intervenção a reabilitação do rio Neiva, em Esposende e Viana do Castelo, a valorização do rio Vez, em Arcos de Valdevez, a reabilitação dos rios Díz e Noéme, na Guarda, e o restauro do rio Alfusqueiro, em Águeda.

Na lista consta ainda a valorização do rio Lizandro, em Mafra, a recuperação de ribeiras em Évora e Beja, a reabilitação do sistema de açudes em Arronches, bem como trabalhos no Alentejo Litoral e o projeto de requalificação da Ribeira do Vascão, no Algarve, numa extensão de 60 quilómetros.

Outra das prioridades é a recuperação da ribeira de Picote, em Miranda do Douro, no distrito de Bragança, cujo protocolo para a intervenção foi assinado esta terça-feira.

Numa extensão de oito quilómetros vão ser investidos 150 mil euros. A sua recuperação vai permitir valorizar o curso de águas e devolvê-la à população, promovendo a prevenção de riscos, como é caso dos incêndios, aumentar o seu valor cultural ou promover a qualidade ecológica deste curso de água que vai desaguar no rio Douro”, indicou à agência Lusa, o presidente da APA, Pimenta Machado.

Segundo o dirigente da APA, trata-se da primeira intervenção feita no ribeiro de Picote, onde depois haverá uma segunda fase, após o conhecimento dos resultados desta iniciativa de valorização do curso de água, que é um afluente do Douro Internacional, em plena área protegida.

“Nesta intervenção vão ser apenas utilizadas soluções de base natural, para manter o ecossistema e os valores tradicionais e culturais, para assim, se respeitar a identidade desta ribeira, ao longo dos oito quilómetros em Pleno Parque Natural do Douro Internacional [PNDI]”, vincou Pimenta Machado.

No protocolo destaca-se que APA tem como missão “propor, desenvolver e acompanhar a gestão integrada e participada das políticas de ambiente e de desenvolvimento sustentável, de forma articulada com outras políticas setoriais e em colaboração com entidades públicas e privadas que concorram para o mesmo fim, tendo em vista um elevado nível de proteção e de valorização do ambiente e a prestação de serviços de elevada qualidade aos cidadãos”.