Associação Nacional de Municípios elege novo líder em Viana do Castelo
A 12 de outubro, o mapa político alterou-se com as eleições autárquicas e a mancha laranja aumentou no país. Com listas próprias ou em coligações, o PSD venceu em 136 municípios contra 128 do PS. O resultado permite ao partido recuperar a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses que pertencia aos socialistas desde 2013.
Aos 45 anos, o social-democrata Pedro Pimpão foi eleito para um segundo mandato em Pombal e já assumiu a intenção de candidatar-se à presidência do órgão, substituindo a socialista Luísa Salgueiro, autarca de Matosinhos.

Membro do atual Conselho Diretivo da ANMP, Pedro Pimpão reconhece, em entrevista ao Conta Lá, que parte para a corrida com “mais conhecimento das matérias que fomos trabalhando em prol dos municípios portugueses”.
A eleição dos órgãos sociais da ANMP é um dos principais pontos na agenda do Congresso Nacional, marcado para este sábado e domingo, em Viana do Castelo. O órgão máximo de deliberação da principal estrutura de representação dos municípios em Portugal serve também para definir as orientações políticas e estratégicas para os próximos anos.
Pedro Pimpão admite a existência de potenciais mudanças na distribuição do poder, em função dos resultados das autárquicas, mas não acredita que as prioridades dos municípios associados se alterem, mesmo com a chegada de novos rostos, incluindo do CHEGA, à liderança camarária.
“A ANMP está acima dos partidos políticos e aquilo que nós defendemos é realmente uma voz que seja representativa de todos os municípios portugueses. (…) Não é um sindicato, mas é uma associação que representa a defesa dos interesses dos municípios. E defendendo os interesses dos municípios, defendemos os interesses do país real”, defende o autarca de Pombal.
Descentralização e nova Lei das Finanças Locais são prioridade
As decisões tomadas neste Congresso podem definir os próximos anos do municipalismo português. No encontro deste fim-de-semana, os delegados enviados pelas autarquias vão analisar o fim do ciclo de investimentos do Plano de Recuperação e Resiliência, a descentralização e a revisão da Lei das Finanças Locais. Temas identificados também como prioritários por Pedro Pimpão. O autarca de Pombal sublinha a importância de garantir que os municípios obtenham os recursos adequados para as crescentes responsabilidades.
“Neste momento, o que está em risco é a nossa capacidade em termos de recursos humanos, técnicos e financeiros. Os municípios continuam a ser chamados para resolver os problemas das pessoas e, portanto, esse reforço do financiamento visa colmatar aquilo que hoje já fazemos e que queremos continuar a fazer, mas de forma sustentável”, explica.
Na agenda do Congresso da ANMP, está ainda a preparação das comemorações dos 50 anos do Poder Local em Portugal.