Estrela de seis pontas: o Estabelecimento Prisional de Lisboa no olhar do fotógrafo Pedro Medeiros

Pedro Medeiros lança um olhar de reflexão sobre o Estabelecimento Prisional de Lisboa. Exposição fotográfica está patente no Arquivo Municipal de Lisboa até ao próximo dia 21 de fevereiro.
Manuel Portugal
Manuel Portugal Jornalista
João Miguel Silva
João Miguel Silva Repórter de imagem
16 dez. 2025, 07:00

Depois dos projectos com que deu a conhecer ao mundo as prisões políticas do Estado Novo e, posteriormente, a Penitenciária de Coimbra, Pedro Medeiros fotografou agora o Estabelecimento Prisional de Lisboa.

Mais um capítulo a marcar o registo documental que o fotógrafo de Coimbra gosta de imprimir ao seu trabalho, a que chamou “Estrela de seis pontas”. Uma referência à planta arquitetónica tipica das prisões portuguesas, concebidas segundo um modelo panóptico que, no caso de Lisboa, tem seis alas a comunicar com um ponto central. Um sistema pensado para dar mais eficácia à vigilância dos reclusos, que o fotógrafo usa para uma reflexão filosófica em torno de conceitos contrastantes: vigilância e reclusão, autoridade e transgressão, disciplina e resistência.

Inaugurada em 1885, a Penitenciária Central de Lisboa — atual Estabelecimento Prisional de Lisboa — é hoje o espelho de um sistema prisional que precisa de ser repensado.

“Será que um modelo prisional estabelecido dentro de um edificio patrimonial que tem 140 anos continua a fazer sentido?” questionou, Pedro Medeiros, em entrevista ao Conta Lá.

A exposição está patente no Arquivo Municipal de Lisboa até 21 de fevereiro do próximo ano.