Lei das Finanças Locais e descentralização marcam congresso da ANMP em Viana

Lei das Finanças Locais e descentralização foram os temas mais debatidos no XXVII Congresso da Associação Nacional de Municípios, em Viana do Castelo, onde, sem surpresas, Pedro Pimpão, autarca de Pombal, foi eleito o novo presidente da ANMP, com 86,7% dos votos.
Ana Rita Cristovão
Ana Rita Cristovão Jornalista
13 dez. 2025, 18:53

Ana Abrunhosa, vice-presidente da ANMP, Pedro Pimpão, presidente da ANMP e Luísa Salgueiro, ex-presidente e nova presidente da Mesa Geral
Fotografia: Ana Abrunhosa, vice-presidente da ANMP, Pedro Pimpão, presidente da ANMP e Luísa Salgueiro, ex-presidente e nova presidente da Mesa Geral. Imagem: Lusa

No primeiro dia do XXVII Congresso da Associação Nacional de Municípios, foram mais de 700 os congressistas presentes no Centro Cultural de Viana do Castelo para ouvir e debater as preocupações transversais aos municípios. Ao longo do dia, o Conta Lá ouviu os autarcas que deram voz às preocupações que urgem resolver no novo mandato da ANMP, desde logo a questão da Lei das Finanças Locais.

Para o presidente da cidade anfitriã, Luís Nobre, é "emergente" avançar com as alterações necessárias à lei para uma adaptação às novas características dos territórios. Uma posição partilhada pela generalidade dos autarcas presentes, com a presidente da Câmara de Coimbra e eleita vice-presidente do Conselho Diretivo da ANMP Ana Abrunhosa a sublinhar ainda que o aumento de recursos financeiros dos municípios tem de ser uma das principais lutas da ANMP.

Já a presidente da Câmara de Bragança assumiu, em declarações ao Conta Lá, que “também é competência dos presidentes de Câmara multiplicar as suas fontes de financiamento”. 

A descentralização de competências mereceu várias críticas por parte dos congressistas e autarcas presentes, com destaque para o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais O presidente da Câmara de Lisboa e agora ex-presidente da Mesa da ANMP, Carlos Moedas, também considerou que os municípios não podem ficar como "tarefeiros do Governo".

Um dos discursos mais aguardados do XXVII Congresso da ANMP foi o da presidente cessante, Luísa Salgueiro. No sua última intervanção como líder da associação, defendeu a necessidade das regiões administrativas e a apontou a “necessidade imperiosa” de “aprovar uma nova lei das finanças locais”, sublinhando que “a questão do financiamento local não é uma reivindicação cooperativa, é uma condição para o desenvolvimento do país”.

A resposta surgiu logo de seguida, por parte do Governo, representado pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, que deixou pública a confiança nos autarcas.

Discursos à parte, o momento mais aguardado foi o da eleição dos novos órgãos sociais da ANMP para os próximos quatro anos, com Pedro Pimpão a assumir formalmente "um dos maiores desafios" da sua vida.

O congresso prosseguiu tarde dentro com destaque para a apresentação daquele que vai ser, em 2026, o Observatório do Poder Local.