Quem é Pedro Pimpão: a "pessoa das pessoas" que tem um "recado" para Montenegro
"Apaixonado pelo papel transformador que os autarcas têm no país". É a primeira descrição que Pedro Pimpão faz de si próprio. O novo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) senta-se agora na cadeira com que sonhou desde muito novo, mesmo sem saber.
O exemplo veio praticamente do berço. "A minha mãe era professora primária em Pombal e também andava nestas lides políticas. Era presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e era uma mulher muito ativa na comunidade. Aliás, o meu pai tinha um jornal de dimensão local e a minha mãe naquela altura tinha uma página, que era a página infantil, que ela própria, com carimbos à moda antiga preparava para envolver também as crianças e as famílias na leitura dos jornais. É uma força da natureza", partilha, em entrevista ao Conta Lá.
O "bichinho" da política foi contraído precisamente com a mãe. "Quando ela ia para as campanhas eleitorais, eu ia com ela. Fiquei logo com o bichinho", afirma. Esse exemplo resultou num jovem que "não era contestatário, mas tinha opinião e era muito participativo".
Depois de estudar direito, com passagem em Granada, Espanha, onde esteve em Erasmus, Pedro Pimpão experimentou o primeiro cargo político aos 21 anos. Foi inesperadamente eleito para a Assembleia de Freguesia de Pombal e aí percebeu que era esse o seu caminho.
A paixão, reforça, é pelo poder local. Foi deputado à Assembleia da República, mas não tem dúvidas quanto ao papel que prefere. "Este poder transformador com que impactamos verdadeiramente a vida das pessoas. Tenho um enorme respeito pelo trabalho dos deputados. Agora, enquanto presidente da ANMP, nós temos de ajudar o Parlamento, na esmagadora maioria dos nossoa representantes, a perceber a importância de reforçarmos o poder local em Portugal. Esse é um dos meus objetivos maiores", detalha.
A importância da missão
No segundo mandato enquanto presidente da Câmara de Pombal, onde também já foi presidente de Junta de Freguesia, Pedro Pimpão chega agora a outro patamar de exigência, até no plano pessoal. "Eu para estar aqui estou a prejudicar a minha família. É difícil, exigente e com prejuízo claro para a vida familiar", confessa. "Mas são estes momentos que nos enriquecem pessoalmente. Sou uma pessoa de pessoas", sublinha.
Pedro Pimpão garante estar motivado para o papel e sentir a responsabilidade de contagiar o poder político para a causa. A começar pelo primeiro-ministro, a quem vai dar um recado. "Vou dizer-lhe que, se quer deixar a sua marca para o futuro, então aproveite esta força que nós temos nos municípios portugueses para mudarmos juntos o nosso país", revela.