Estrela de seis pontas: o Estabelecimento Prisional de Lisboa no olhar do fotógrafo Pedro Medeiros
Depois dos projectos com que deu a conhecer ao mundo as prisões políticas do Estado Novo e, posteriormente, a Penitenciária de Coimbra, Pedro Medeiros fotografou agora o Estabelecimento Prisional de Lisboa.
Mais um capítulo a marcar o registo documental que o fotógrafo de Coimbra gosta de imprimir ao seu trabalho, a que chamou “Estrela de seis pontas”. Uma referência à planta arquitetónica tipica das prisões portuguesas, concebidas segundo um modelo panóptico que, no caso de Lisboa, tem seis alas a comunicar com um ponto central. Um sistema pensado para dar mais eficácia à vigilância dos reclusos, que o fotógrafo usa para uma reflexão filosófica em torno de conceitos contrastantes: vigilância e reclusão, autoridade e transgressão, disciplina e resistência.
Inaugurada em 1885, a Penitenciária Central de Lisboa — atual Estabelecimento Prisional de Lisboa — é hoje o espelho de um sistema prisional que precisa de ser repensado.
“Será que um modelo prisional estabelecido dentro de um edificio patrimonial que tem 140 anos continua a fazer sentido?” questionou, Pedro Medeiros, em entrevista ao Conta Lá.
A exposição está patente no Arquivo Municipal de Lisboa até 21 de fevereiro do próximo ano.